São Fiel de Sigmaringa, padroeiro dos advogados e dos missionários

São Fiel de Sigmaringa (1577-1622) foi um sacerdote capuchinho alemão, conhecido pelo fervor missionário e pela defesa intransigente da fé católica num período de grande tensão religiosa na Europa. Enviado para pregar entre os calvinistas na Suíça, enfrentou forte oposição e acabou martirizado devido à sua fidelidade à Igreja. Foi canonizado em 1746 pelo Papa Bento XIV e é celebrado a 24 de abril.

Juventude e carreira como advogado

Nascido com o nome de Marcos Roy em 1577, na cidade de Sigmaringa, no Sacro Império Romano-Germânico (atual Alemanha), Fiel cresceu numa família piedosa e recebeu uma excelente educação. Estudou filosofia e direito na Universidade de Freiburg, na atual Suíça, onde se destacou pelo talento jurídico e profundo sentido de justiça.

Após concluir os estudos, tornou-se advogado e começou a exercer a profissão com um forte compromisso moral, defendendo os mais pobres e injustiçados. No entanto, desgostoso com a corrupção no meio jurídico e sentindo um chamamento mais profundo, decidiu abandonar a carreira e ingressar na vida religiosa.

Entrada na Ordem dos Capuchinhos e vida religiosa

Em 1612, Marcos entrou para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, adotando o nome de Fiel. Dedicou-se à oração, à penitência e ao estudo teológico, tornando-se um pregador eloquente e um confessor muito procurado. A sua vida era marcada por grande austeridade e uma profunda devoção à Eucaristia e à Virgem Maria.

Após a ordenação sacerdotal, foi designado para várias missões na Alemanha e na Suíça, combatendo os erros doutrinários do calvinismo e do luteranismo. Tornou-se um dos mais destacados membros da Congregação para a Propagação da Fé, criada para reforçar a presença católica nos territórios onde a Reforma Protestante havia se espalhado.

Missão e martírio na Suíça

Em 1621, foi enviado pelo Papa Gregório XV para pregar nas regiões calvinistas da Suíça, especialmente em Grisões, onde os católicos eram minoria e enfrentavam perseguições. O zelo missionário e a clareza da pregação levaram muitos protestantes à conversão, despertando a ira dos líderes calvinistas.

No dia 24 de abril de 1622, Fiel estava na cidade de Seewis, quando foi atacado por um grupo de opositores armados. Ofereceram-lhe a oportunidade de renunciar à fé católica e abraçar o calvinismo, mas ele recusou-se firmemente, dizendo: “A fé católica é a única verdadeira. Não posso traí-la e não a trocarei por outra”.

Devido à sua resistência, foi brutalmente assassinado, sendo golpeado com espadas e lanças. Segundo relatos, mesmo ao cair no chão ferido, ainda rezava pelos seus algozes. O seu martírio foi um testemunho de coragem e fidelidade a Cristo.

Conclusão

Poucos anos após a sua morte, São Fiel foi venerado como mártir da fé. Em 1746, o Papa Bento XIV canonizou-o, reconhecendo o seu sacrifício em defesa da verdade do Evangelho. Hoje, São Fiel de Sigmaringa é considerado padroeiro dos advogados e dos missionários, sendo um exemplo de dedicação absoluta à fé e ao serviço de Deus. O seu testemunho recorda-nos que a fidelidade ao Evangelho exige coragem e, por vezes, o supremo sacrifício da vida.

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