Beata Maria do Divino Coração é a patrona da Diocese do Porto na JMJ 2023

A festa litúrgica de hoje é dedicada à Irmã Maria do Divino Coração. A beata será a patrona da Diocese do Porto na Jornada Mundial da Juventude. O anúncio foi feito por D. Manuel Linda que revelou que na votação para a escolha do patrono diocesano, a antiga Madre Superiora do Convento do Bom Pastor do Porto obteve 10 mil votos.

A Beata Maria do Divino Coração nasceu em Münster a 8 de Setembro de 1863 e faleceu no Porto a 8 de Junho de 1899. Maria Droste zu Vischering foi uma personalidade da mais elevada nobreza alemã e santa católica, religiosa da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor e Madre Superiora do Convento do Bom Pastor do Porto, mais conhecida por ter influenciado o Papa Leão XIII a efectuar a consagração do Mundo ao Sagrado Coração de Jesus. O próprio Papa Leão XIII chamou a essa consagração solene “o maior acto do meu pontificado”.

Biografia

Maria Anna Johanna Franziska Theresia Antonia Huberta Droste zu Vischering nasceu, com o seu irmão gémeo Max, no dia 8 de setembro de 1863, solenidade da Natividade de Nossa Senhora, no Palácio Erbdrostenhof, em Münster, uma cidade situada na região da Vestfália, na Alemanha, sendo filha de uma das mais nobres famílias que se distinguiu pela sua fidelidade à Igreja Católica durante a perseguição do Kulturkampf – os seus pais eram Clemente, o conde Droste zu Vischering, e Helena, a condessa de Galen.

De saúde frágil, Maria Droste zu Vischering foi baptizada de imediato aquando do seu nascimento. Anos mais tarde, a sua mãe revelou-lhe que, no dia do nascimento das duas crianças, ela experimentou uma tal consolação e uma alegria sobrenatural tão grande como nunca sentira em toda a sua vida. Na verdade, pode dizer-se que isso era já um sinal da graça divina manifestando o quanto os dois, e sobretudo Maria, trilhariam o caminho da perfeição e do amor de Deus.

Vida religiosa

No ano de 1883, na capela do Castelo de Darfeld, Maria Droste zu Vischering escutou uma locução interior de Jesus que lhe disse: “Tu serás a esposa do Meu Coração“. No dia 5 de Agosto desse mesmo ano, data do Jubileu de Prata do casamento de seus pais, Maria manifestou-lhes o desejo definitivo de se tornar religiosa e não tardou para que isso se tornasse realidade.

Em 1888, visitou com sua mãe o Hospital de Darfeld e lá encontrou uma rapariga que tinha dado escândalo. Maria Droste zu Vischering, vencendo a sua repugnância e timidez face à mãe, estendeu a mão à infeliz. Pode dizer-se que foi o primeiro contacto com o carisma das Irmãs do Bom Pastor. Na Igreja Paroquial, pouco tempo depois, tornou a ouvir a voz de Jesus que lhe disse: “Tens de entrar no Convento do Bom Pastor“. Maria decidiu-se, então, a entrar no noviciado do Convento do Bom Pastor de Münster.

Depois de ter recebido o hábito branco da Congregação – no mesmo dia e na mesma hora que, em França, no Carmelo de Lisieux, Teresa recebia o hábito castanho (e, anos mais tarde, tornou-se na conhecida Santa Teresinha do Menino Jesus), Maria recebeu ainda o nome que se tornou para si num programa de vida: Irmã Maria do Divino Coração.

A Irmã Maria passou apenas cinco anos em Münster, pois a obediência chamou-a a uma missão especial em Portugal, para onde foi enviada inicialmente como Assistente da Superiora do Convento de Lisboa. De Fevereiro a Maio de 1894 permaneceu na capital portuguesa, mas em pouco tempo foi nomeada para o seu cargo definitivo de Madre Superiora do Convento das Irmãs do Bom Pastor do Porto.

Restauradora da disciplina religiosa e exigente na formação das suas filhas Religiosas, a Irmã Maria foi alvo de inúmeras incompreensões por parte da comunidade que estava habituada a viver entregue só a si mesma. A principal atenção da Madre Superiora, contudo, foi sempre para as jovens internas, preferindo as mais pobres e as mais infelizes.

Morte e incorruptibilidade

A Irmã Maria morreu no dia 8 de Junho de 1899. O seu corpo, encontrado incorrupto aquando da sua primeira exumação, encontra-se actualmente exposto para veneração pública na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Ermesinde, junto ao Convento do Bom Pastor dessa mesma localidade. Existem, ainda, relíquias extraídas do seu corpo e que se encontram expostas para veneração no Convento das Irmãs do Bom Pastor do Porto e na Capela dos Confidentes de Jesus situada no Santuário Nacional de Cristo Rei, em Almada.

Consagração do Mundo ao Sagrado Coração de Jesus

A Consagração do Mundo ao Sagrado Coração de Jesus foi feita pelo Papa Leão XIII a 11 de Junho de 1899, no seguimento dos pedidos, em nome do próprio Jesus Cristo, que lhe foram dirigidos a partir de Portugal pela Beata Irmã Maria do Divino Coração Droste zu Vischering, a Madre Superiora do Convento do Bom Pastor do Porto. Tal facto veio a ocorrer logo após a publicação da Encíclica Annum Sacrum.

Beatificação

Em 1964, a Irmã Maria do Divino Coração, condessa Droste zu Vischering, recebeu oficialmente o título de Venerável pela Congregação para as Causas dos Santos. No dia 1 de Novembro de 1975, dia da solenidade de Todos-os-Santos, foi beatificada pelo Papa Paulo VI. Na actualidade, o Doutor Waldery Hilgeman foi nomeado postulador da causa de canonização que se encontra em curso.

Promessas do Sagrado Coração de Jesus

Nas Suas revelações à Irmã Maria do Divino Coração Droste zu Vischering, Jesus apresentou-lhe duas grandes e prodigiosas promessas:

Promessa de graças por intercessão da Irmã Maria do Divino Coração
«Fica sabendo, Minha filha, que da caridade do Meu Coração, quero fazer descer torrentes de graças através do teu coração para dentro do coração dos outros. É esta a razão porque hão-de dirigir-se com confiança a ti; não são as tuas qualidades, mas sou Eu mesmo a causa disso. Nunca ninguém que se encontrar contigo se afastará sem que a sua alma seja de qualquer maneira consolada, aliviada ou santificada, ou sem haver recebido alguma graça, nem até o mais endurecido pecador… dele depende aproveitar-se desta graça.»

Promessa de graças a conceder na Igreja do Sagrado Coração de Jesus
«Há muito tempo, como sabe, desejo construir no terreno do Bom Pastor uma Igreja. Indecisa sobre a invocação da mesma, rezei e consultei muitas pessoas sem chegar a qualquer conclusão. Na primeira Sexta-feira deste mês, pedi a Nosso Senhor que me iluminasse. Depois da Sagrada Comunhão, Ele disse-me: “– Quero que a Igreja seja consagrada ao Meu Coração. Deves erigir aqui um lugar de reparação; por Minha parte, será um lugar de graças. Distribuirei copiosamente graças a todos os habitantes desta casa [o Convento], os que nela vivem, os que nela viverão, e até às pessoas das suas relações.” Depois disse-me que queria esta Igreja, sobretudo, como lugar de reparação pelos sacrilégios e para obter graças para o clero

Fonte: Wikipédia

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