A dia 5 de Agosto comemora-se a memória da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Basílica de Santa Maria Maior, ou Santa Maria Maggiore, é uma das quatro basílicas maiores, uma das sete igrejas de peregrinação e a maior igreja mariana de Roma — motivo pelo qual ela recebeu o epíteto de “Maior”. Foi a primeira igreja do Ocidente dedicada a Maria em honra a Jesus Cristo e, segundo a tradição, nela encontra-se um relicário com um fragmento da manjedoura do Menino Jesus. É também nessa basílica que se encontra o célebre ícone mariano “Salus Populi Romani” (Salvação do Povo Romano), que teria sido pintado por ninguém menos que o evangelista São Lucas.
Depois do Tratado de Latrão de 1929, firmado entre a Santa Sé e o Reino da Itália, Santa Maria Maggiore permaneceu como parte do território italiano e não do Vaticano. Porém, a Santa Sé é proprietária do edifício e do terreno onde ela está e o governo italiano é obrigado, legalmente, a reconhecer este fato e a conceder a ela a imunidade concedida pelo Direito Internacional às embaixadas de agentes diplomáticos de estados estrangeiros.
O milagre de Nossa Senhora das Neves
A Basílica de Santa Maria Maior é chamada também Basílica de Nossa Senhora das Neves. Isto porque, segundo a tradição, no século IV, um piedoso casal romano, muito cristão e bastante rico, pedia com grande fervor a Deus a graça de ter um filho. Rezaram durante anos por essa intenção, mas não conseguiam ter o tão desejado herdeiro. Resolveram então nomear Nossa Senhora como a sua herdeira e suplicaram que ela sempre os guiasse. Maria então apareceu-lhes numa visão e pediu que fosse construída uma basílica no Monte Esquilino, uma das sete colinas de Roma. Ela indicaria o exato local que, entre os dias 4 e 5 de agosto, em pleno verão europeu, estaria coberto de neve. Quase em simultaneamente, Nossa Senhora também apareceu ao Papa Libério com a mesma mensagem.
A 5 de agosto do ano 358, enquanto o sol de verão incidia sobre uma Roma abafada, o povo ficou boquiaberto ao ver neve sobre o Monte Esquilino. O Papa Libério colocou as primeiras fundações da nova basílica, para cuja construção o casal contribuiu com donativos generosos. Foi depois do Concílio de Éfeso, no qual Maria foi oficialmente reconhecida como Mãe de Deus, que o Papa Sisto III mandou construir a atual Basílica de Santa Maria Maior.
O Milagre da Neve é relembrado anualmente num espetáculo de som e luz, no qual a neve é representada por uma chuva de pétalas brancas.
A basílica e os Papas
Nenhuma igreja católica pode ser chamada de “basílica” sem autorização apostólica, exceto por tradição e costume imemorial. Santa Maria é uma das quatro que podem utilizar o título de “basílica maior”. As outras são São Pedro, São Paulo Extramuros e São João de Latrão. Do mesmo modo que estas quatro, Santa Maria é também uma basílica papal, um título que passou a existir em 2006.
A Basílica de Santa Maria Maior tem um profundo vínculo com os Papas. São João Paulo II mandou colocar e manter acesa dia e noite uma lâmpada de óleo sob a efígie da Salus Populi Romani. A 8 de Dezembro de 2001, dia da Imaculada Conceição, ele inaugurou na basílica o Museu de Santa Maria Maior, com obras de arte históricas sobre Maria.
O Papa Francisco, entre visitas públicas e privadas, já foi mais de vinte vezes saudar Maria neste templo romano, ao qual nunca deixa de ir antes e depois de cada uma das suas viagens pontifícias.
Basílica Papal
Como uma basílica papal, Santa Maria Maggiore é frequentemente utilizada pelo papa. A data mais importante é a Festa da Assunção de Maria, celebrada anualmente a 15 de Agosto na basílica. O altar-mor, coberto por baldaquino, só pode ser utilizado pelo papa e por alguns poucos padres. O Papa Francisco começou o seu primeiro dia como pontífice visitando a basílica, a 14 de Março de 2013.