Santo António é um dos santos mais conhecidos em todo o mundo, com especial destaque para Portugal, Itália e Brasil. Existem muitos aspectos ligados ao santo que estão enraizados na população devota. Aqui deixamos 12 curiosidades sobre o santo:
- Data do nascimento
Na comemoração dos 750 anos da morte de Santo António, em 1981, o Vaticano autorizou uma nova exumação dos seus restos mortais. Uma equipa multidisciplinar de cientistas da Universidade de Pádua realizou exames antropométricos na ossada, e constatou que o frade não morreu com 35 para 36 anos, como se acreditava. Embora os relatos o apresentassem como alguém que nasceu em 15 de Agosto de 1195 e morreu em 13 de Junho de 1231, o homem sepultado tinha pelo menos 40 anos aquando da sua morte. Como a data da morte é extensamente comprovada, o mais provável é que ele tenha nascido alguns anos antes, por volta do fim dos anos 1180. O retrocesso cronológico torna outras passagens da sua biografia mais verossímeis, entre elas a idade de entrada na vida religiosa. - O Santo António… não se chamava António
Na verdade, o Santo António foi baptizado como Fernando de Bulhões. Nasceu em Lisboa, estima-se entre 1191 e 1195, na Rua das Pedras Negras, ao pé da Sé de Lisboa. Aliás, na casa em que nasceu e viveu em criança situa-se hoje a Igreja de Santo António. - Canonização em tempo recorde
Santo António detém o recorde da mais rápida canonização da Igreja Católica. Menos de um mês após a morte de António, o bispo Corrado solicitou ao Papa Gregório IX o início do processo de canonização do frade, que já era venerado como santo. O enorme volume de relatos milagrosos pesou imenso no processo, e, assim, a 30 de Maio de 1232, menos de um ano após a morte de António, Gregório IX anunciou a sua santificação. - Foi agostiniano antes de ser franciscano
No período em que esteve no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o domínio era da Ordem de Santo Agostinho. Por isso, curiosamente, ainda hoje – no interior desta igreja – vemos uma imagem de Santo António com um hábito da Ordem de Santo Agostinho, totalmente diferente daquele que estamos acostumados a ver nas suas imagens. - É conhecido como o santo mais milagroso
A sua fama de realizar actos prodigiosos nunca diminuiu e ainda hoje é reconhecido como o maior taumaturgo de todos os tempos. - É conhecido como “o santo de todo mundo”
Leão XII chamou-o “o santo de todo mundo”, porque por toda a parte é possível encontrar a sua imagem e devoção. É padroeiro dos pobres, dos viajantes, dos pedreiros, dos padeiros, entre outros. - Nome de 38 cidades do Brasil
Levado pelos portugueses para o Brasil, onde ganhou imenso destaque, rara é a cidade, vila ou povoado sem uma rua de Santo António ou uma igreja de Santo António. Considerando as denominações oficiais, 38 municípios brasileiros têm o nome do santo — desde Santo António, no Rio Grande do Norte, a Santo António do Içá, no Amazonas, Santo António dos Milagres, no Piauí, e até nomes compostos, como Barra de Santo António, nas Alagoas. - Restos mortais roubados
Após a exumação do corpo em 1991, António foi colocado num caixão de cipreste e sepultado novamente no santuário. No entanto, três homens armados e mascarados violaram o esquema de segurança da basílica e roubaram o osso da boca exposto como relíquia. Eles telefonaram para a polícia e pediram dinheiro para não lançarem o fragmento do santo no rio. Não contavam, porém, com a intervenção divina do próprio santo, afinal, Santo António é conhecido por ajudar a encontrar coisas perdidas. Dois meses depois, a mandíbula foi encontrada no aeroporto de Roma, o mais movimentado da Itália. - Será que é mesmo o padroeiro de Lisboa?
Esta é uma questão polémica, sem uma resposta simples. Afinal, quem é o padroeiro de Lisboa: Santo António ou São Vicente? Bom, a verdade é que São Vicente é o santo padroeiro principal do Patriacardo de Lisboa, enquanto Santo António é o padroeiro principal da cidade de Lisboa. - Santo António casamenteiro
No dia 12 de Junho, há uma tradição dos Casamentos de Santo António em Lisboa que acontecem na Sé Catedral desde 1958. São casais com dificuldades financeiras que têm a oportunidade de receber a bênção do casamento na principal igreja da cidade. Essa tradição homenageia algumas das histórias atribuídas a Santo António, sobretudo no auxílio para reunir o dote necessário para que as jovens sem condições financeiras pudessem casar e também por intervir numa lei regional italiana que tinha como regra que o casamento somente poderia ser feito com pessoas da mesma classe social. - Por que se joga um tostãozinho a Santo António?
Fruto do terremoto de Lisboa em 1755 diversos edifícios do centro da capital foram destruídos, incluindo a Igreja de Santo António. Com falta de recursos para recuperá-la imediatamente, os fiéis passaram a doar dinheiro a um novo projecto que seria reerguido do zero. Em Lisboa, algumas crianças passaram a construir tronos a Santo António, ou seja, pequenos altares feitos com materiais diversos para arrecadar dinheiro para a construção da igreja. Os moradores arremessavam moedinhas ao trono, portanto, um tostãozinho a Santo António, para que a igreja fosse reerguida. Actualmente, o tostãozinho a Santo António é arremessado pelos fiéis na cripta da igreja – no pequeno altar do Quarto de Santo António – para ajudar na sua manutenção. - O pão de Santo António significa fartura
Na porta da Igreja de Santo António, em Lisboa, é vendido o Pão de Santo António. A ligação do santo com o pão vem de uma história atribuída a ele em que, um dia, vendo tanta gente sem ter o que comer, pegou todos os pães do convento em que vivia e distribuiu-os. O padeiro do convento, quando percebeu que não havia mais pães, achou que eles tinham sido roubados.
Santo António, sentindo o quanto estava aflito, pediu que voltasse ao mesmo local em que os tinha deixado e observasse com mais calma. O padeiro surpreendeu-se quando encontrou muitos cestos cheios de pão, que não só alimentaram os frades como também a população. Quem compra o pãozinho pode guardá-lo pelo tempo que for que não cria bolor. Os fiéis costumam guardar o pão de Santo António no pote de arroz para que nunca falte comida em casa.