A Igreja celebra hoje a Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

A festa dedicada às Basílicas de São Pedro e São Paulo, celebrada a 18 de novembro, é uma ocasião especial na tradição cristã, onde se reverenciam os dois principais apóstolos, considerados pilares fundamentais da fé.

Origem e História

A festa das Basílicas de São Pedro e São Paulo remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, quando os cristãos primitivos começaram a venerar os túmulos dos santos mártires. São Pedro, o apóstolo escolhido por Jesus para liderar a Igreja, foi martirizado em Roma e sepultado no local onde hoje está a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Da mesma forma, São Paulo, o grande missionário do Evangelho, foi martirizado e sepultado em Roma, onde foi construída a Basílica de São Paulo Extramuros.

A festa das Basílicas de São Pedro e São Paulo foi estabelecida oficialmente no século VIII pelo Papa Gregório III, como uma forma de honrar e celebrar a memória desses dois grandes apóstolos. Desde então, os cristãos têm venerado essas basílicas como locais sagrados de peregrinação e devoção.

Significado e Importância

São Pedro e São Paulo ocupam um lugar de destaque na história do Cristianismo, sendo reconhecidos como pilares da fé e exemplos de coragem, zelo apostólico e fidelidade a Cristo até o martírio. São Pedro é venerado como o primeiro Papa e o guardião das chaves do Reino dos Céus, enquanto São Paulo é lembrado como o grande apóstolo dos gentios e o missionário incansável do Evangelho.

As Basílicas de São Pedro e São Paulo são vistas como símbolos da unidade da Igreja, uma vez que representam a comunhão dos fiéis com os apóstolos e com toda a comunidade cristã. Elas também são locais de peregrinação e devoção, onde os fiéis vão para venerar os santos e buscar a sua intercessão.

Basílica de São Pedro: Símbolo da Autoridade Papal

A Basílica de São Pedro é o maior e mais importante edifício religioso do catolicismo e um dos locais cristãos mais visitados do mundo. Cobre uma área de 23.000 m² ou 2,3 hectares e pode albergar mais de 60 mil fiéis. É o edifício com o interior mais proeminente do Vaticano, sendo a sua cúpula uma característica dominante do horizonte de Roma, adornado com 340 estátuas de santos, mártires e anjos. Situada na Praça de São Pedro, a sua construção recebeu contribuições de alguns dos maiores artistas da história da humanidade, tais como Bramante, Michelângelo, Rafael e Bernini.

Especificamente classificada pela UNESCO, catalogada e preservada como Património Mundial da Humanidade, a Basílica de São Pedro foi considerada o maior projecto arquitectónico da sua época e continua a ser um dos monumentos mais visitados e celebrados do mundo. Foi provado que sob o altar da basílica está enterrado São Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus e o primeiro Papa e, portanto, o primeiro na linha da sucessão papal. Por esta razão, muitos Papas, começando com os primeiros, têm sido enterrados neste local. A construção do atual edifício, no local da antiga basílica erguida pelo imperador Constantino, começou a 18 de abril de 1506 e foi concluída a 18 de novembro de 1626, sendo consagrada imediatamente pelo Papa Urbano VIII. A basílica é um famoso local de peregrinação, pelas suas funções litúrgicas e associações históricas e uma das sete igrejas de peregrinação de Roma.

A Basílica de São Pedro é uma das quatro basílicas patriarcais de Roma, sendo as outras a Arquibasílica de São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros. Contrariamente à crença popular, São Pedro não é uma catedral, uma vez que não é a sede de um bispo. Embora a Basílica de São Pedro não seja a sede oficial do Papado (que fica na Arquibasílica de São João de Latrão), certamente é a principal igreja que conta com a participação do Papa, pois a maioria das cerimónias papais são lá realizadas devido às suas dimensões, à proximidade com a residência do Papa e à localização privilegiada no Vaticano.

Basílica de São Paulo Extramuros: Testemunho do Evangelho

Basílica Papal de São Paulo Extramuros, chamada também de Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros, é uma das quatro basílicas papais de Roma juntamente com a Arquibasílica de São João de Latrão, a Basílica de Santa Maria Maior e a Basílica de São Pedro e uma das sete igrejas de peregrinação de Roma. É uma das propriedades extraterritoriais da Santa Sé em território italiano e fora do Vaticano, localizada no quartiere Ostiense da capital. Isto significa que o território da basílica é inteiramente parte da Santa Sé e a Itália está legalmente obrigada a reconhecer a soberania papal no local e a conceder-lhe “imunidade concedida pelo Direito Internacional às sedes de agentes diplomáticos de estados estrangeiros”.

São Paulo fora da Muralha foi fundada pelo imperador romano Constantino I sobre o túmulo de São Paulo, exatamente no local onde, depois da decapitação do apóstolo, os seus seguidores erigiram um tropeu conhecido como cella memoriae. Este primeiro edifício foi ampliado por Valentiniano I na década de 370. Em 386, Teodósio I começou a construção de uma basílica muito maior e mais bonita, dotada de uma nave central ladeada por dois corredores de cada lado com um transepto.

De acordo com a tradição, o corpo de São Paulo foi enterrado a pouco menos de quatro quilómetros do local do seu martírio, à beira da Via Ostiense que pertencia a uma cristã chamada Lucina. Um tropeu foi erigido no local e logo tornou-se um local de peregrinação e veneração. Constantino I erigiu a basílica no local onde ficava o tropeu e esta foi substituída no século IV pela basílica maior, destruída no século XIX. Nesta época, as relíquias de São Paulo, com exceção da sua cabeça, foram colocadas num sarcófago sob uma laje de mármore na cripta da basílica, a pouco menos de 1,5 metros abaixo do altar-mor. Nela está inscrito “PAULO APOSTOLO MART (“a Paulo, apóstolo e mártir”).

Conclusão

A festa dedicada às Basílicas de São Pedro e São Paulo é uma oportunidade para os fiéis celebrarem e honrarem a memória desses dois grandes apóstolos e a importância das suas basílicas como locais sagrados na vida da Igreja. É uma ocasião para refletir sobre o exemplo de fé, coragem e zelo apostólico deixado por esses dois apóstolos e para renovar o nosso compromisso com a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todas as nações.

Que a celebração das Basílicas de São Pedro e São Paulo nos inspire a seguir o exemplo de fé, coragem e zelo apostólico desses dois grandes apóstolos e a comprometermo-nos com a missão da Igreja de testemunhar o amor de Deus a todas as pessoas. Que possamos honrar a sua memória e procurar a sua intercessão na nossa própria jornada de fé.

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