Afinal, quem é o Espírito Santo?

No catolicismo, o Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade – juntamente com Deus Pai e Deus Filho – e é o Deus omnipotente. Ele é visto como sendo uma das pessoas do Deus Triuno, que enviou o Espírito Santo para santificar e dar vida à sua Igreja. O Deus Triuno manifesta-se como três “pessoas” de uma única substância divina chamada Deus.

Jesus é apresentado nos Evangelhos como sendo o Messias há muito profetizado, que baptiza não com água, mas com o “Espírito Santo” e com fogo (Lucas 3:16). Antes da Paixão, durante a Última Ceia, Ele promete enviar do Pai outro Paráclito ao mundo, o Espírito Santo, o “Espírito da Verdade” (João 15:26), que, segundo os Actos dos Apóstolos, apareceu na forma de “línguas de fogo” sobre os discípulos, os apóstolos, durante o evento conhecido como Pentecostes, que marca o início da Igreja de Jesus na Terra (Actos 2:1).

Espírito Santo na Bíblia

Mesmo antes de Pentecostes, o Espírito Santo é uma realidade divina no Novo Testamento. Maria recebe Jesus “envolvida pela sombra” do Espírito Santo (Lc 1, 35). No Baptismo no rio Jordão, o Espírito Santo desce sobre Jesus (Mt 3, 16). No Evangelho de João, Jesus fala do “Espírito da Verdade” (Jo 14, 17). Em Lucas 3:16, João Baptista afirma que Jesus não baptiza com água, mas com o Espírito Santo e com fogo. Em Lucas 11:13, Jesus assegura que “vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”. No Antigo Testamento, o entendimento sobre o Espírito Santo evolui gradualmente. “O Espírito de Deus”, diz a narrativa da criação, “pairava sobre as águas” (Gn 1, 2). O homem torna-se um ser vivente quando Deus inspira-lhe as narinas com seu “sopro” (Gn 2, 7). Jó confessa: “O Espírito de Deus me criou, e o sopro do Todo-poderoso me deu a vida” (Jó 33, 4).

A natureza sagrada do Espírito Santo é afirmada nos evangelhos de Mateus (12:30-32), Marcos (3:28-30) e Lucas (12:8-10), que proclamam que a blasfémia contra o Espírito Santo seria um pecado imperdoável. A participação do Espírito Santo na natureza tripartida da conversão dos não fiéis fica aparente na instrução de Jesus após a ressurreição aos seus discípulos (em Mateus 28:19): “Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, baptizando-as em o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo“.

Espírito Santo na vida dos cristãos

Acredita-se que o Espírito Santo realize algumas funções específicas na vida dos cristãos e de sua igreja. Entre elas:

  • Condenação do pecado: o Espírito Santo age para convencer os não penitentes tanto da pecaminosidade de seus actos quanto da sua posição moral como pecadores perante Deus.
  • Conversão: a acção do Espírito Santo é vista como essencial para trazer alguém para a fé cristã. O novo crente é dito “nascido novamente no Espírito”.
  • Habilita a vida cristã: acredita-se que Espírito Santo habite o fiéis individualmente e os habilita a viver uma vida correta e crente.
  • Confortador (o Paráclito): aquele que intercede ou apoia ou age como um advogado, particularmente em tempos de atribulação.
  • Inspirador ou o que permite interpretar as Escrituras: o Espírito Santo tanto “inspira” os autores quanto as “interpreta” para os cristãos e para a igreja.

Dons do Espírito Santo

Os cristãos acreditam que os dons do Espírito Santo consistem de características virtuosas fomentadas nos cristãos pela acção do Espírito Santo, que este concede “dons” aos cristãos, que seriam habilidades específicas. Eles são também conhecidos pela palavra grega para “presente”, Charisma, de onde o termo carisma deriva. São sete: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Ciência, Piedade, Fortaleza e Temor a Deus.

Os 12 aspectos principais sobre o Espírito Santo

  1. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho.
  2. O Espírito Santo é Deus e deve ser adorado conjuntamente com o Pai e o Filho, sendo em tudo igual ao Pai e ao Filho: é como Eles todo-poderoso, eterno, de perfeição, grandeza e sabedoria infinitas.
  3. O Espírito Santo é um dom de Deus, porque é o dom mais precioso que Deus concede aos homens, é Consolador, porque consola-nos nas nossas aflições, e é Espírito de oração, porque ajuda-nos a rezar.
  4. Chama-se “Santo”, porque Ele é santo pela sua natureza e porque é Ele que nos santifica, sendo por si mesmo e pela sua natureza, enquanto os santos tornam-se tais pela Graça de Deus;
  5. O Espírito Santo é infinitamente santo, enquanto os santos apenas o são em certo grau.
  6. O Espírito Santo desceu muitas vezes sobre a terra de modo visível. Desceu em forma de pomba sobre nosso Senhor Jesus Cristo no dia do Seu Baptismo e sobre os apóstolos e discípulos em forma de línguas de fogo no dia de Pentecostes.
  7. O Espírito Santo também se manifesta de modo invisível pelas graças que derrama em nossas almas a fim de santificá-las.
  8. Uma pessoa recebe o Espírito Santo de uma forma especial pela primeira vez no baptismo, e é fortalecido nos dons do Crisma.
  9. O Espírito Santo habita em nós quando nos achamos em estado de graça, somos templos do Espírito Santo.
  10. O Espírito Santo dá ainda à Igreja todas as graças e todos os dons necessários à sua conservação, como o dom dos milagres e o dom de profecia.
  11. Devemos rezar muitas vezes ao Espírito Santo porque, sem o Seu auxílio, nada podemos fazer de útil para a nossa salvação.
  12. Devemos evitar afastar o Espírito Santo da nossa alma pelo pecado mortal e contristá-lo pelo pecado venial.
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