As igrejas jubilares, lugares de graça e indulgência

Com o chegada do próximo Jubileu, que terá início em Roma a 24 de dezembro de 2024 e estender-se-á por todo o ano de 2025, com um calendário repleto de cerimónias e eventos que envolverão cristãos de todo o mundo, recordemos quais e quantas igrejas jubilares existem. As igrejas jubilares desempenham um papel fundamental durante os Anos Jubilares proclamados pela Igreja Católica. Elas são designadas como locais onde os fiéis podem obter indulgências jubilar, isto é, a remissão dos pecados e os castigos temporais a eles associados, ao cumprirem certos requisitos, como a confissão sacramental, comunhão, oração pelas intenções do Papa e, claro, a visita a uma dessas igrejas.

Origem e função das igrejas jubilares

A prática das igrejas jubilares remonta ao conceito de Ano Jubilar, uma tradição bíblica de renovação espiritual e perdão, que foi adaptada pela Igreja Católica no Ano Santo de 1300, instituído pelo Papa Bonifácio VIII. Desde então, em ocasiões especiais, a Igreja proclama Anos Santos ou Jubilares, como o Jubileu Ordinário que ocorre a cada 25 anos, ou Jubileus Extraordinários, como o da Misericórdia em 2015.

Essas igrejas são escolhidas por sua relevância espiritual ou histórica, e visitá-las representa um ato de peregrinação, símbolo de renovação da fé. Durante o Jubileu de 2025, as basílicas de São Pedro, em pleno coração do Vaticano é o maior símbolo da Igreja Católica, São João de Latrão, catedral oficial do Papa, Santa Maria Maior, uma das mais antigas e importantes basílicas dedicadas à Virgem Maria, e São Paulo Fora dos Muros, local do túmulo de São Paulo, estarão abertas para acolher os fiéis que procuram a graça jubilar.

Estas são as chamadas Basílicas Papais, ou seja, aquelas igrejas que ocupam um lugar de destaque dentro da Igreja Católica e gozam de uma posição particularmente elevada e privilégios especiais. As Basílicas Papais abrigam um altar papal, onde apenas o Papa ou alguns outros sacerdotes de alto escalão podem celebrar a Eucaristia. Além das já mencionadas Basílicas Maiores de Roma, a Basílica Menor de São Lourenço Fora dos Muros também é referida como a Basílica Papal, que na verdade tem seu próprio altar papal, e há também outras duas localizadas em Assis, locais de culto de primeira importância e destinos de peregrinação de todo o mundo: a Basílica de São Francisco e a Basílica de Santa Maria dos Anjos.

As Basílicas de Roma e de Assis não são as únicas Igrejas jubilares do mundo. As Basílicas da Terra Santa também são contadas como tal. Estas são a Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, a Basílica da Natividade em Belém e a Basílica da Anunciação em Nazaré. Mas outras igrejas podem ser designadas pelo Papa como Igrejas Jubilares. É ele que pode conceder o privilégio de uma Porta Santa a qualquer igreja do mundo.

A Porta Santa e seu significado

Durante um Ano Jubilar, as Portas Santas das igrejas jubilares são abertas, simbolizando a passagem para a graça e a misericórdia de Deus. A abertura da Porta Santa é um momento fundamental do Jubileu, porque marca o seu início. Em particular, a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, que para o Jubileu de 2025 terá lugar no dia 24 de dezembro de 2024, decreta o início do Ano Santo e o tempo de graça e misericórdia que ele representa. Os fiéis que passam pela Porta Santa são convidados a converter-se e a receber a graça do perdão. Cruzar a Porta Santa é um ato simbólico de renovação espiritual, representando o desejo de reconciliação com Deus. Essas portas ficam abertas durante o período jubilar e são fechadas aquando do seu término, até o próximo Jubileu.

O significado das indulgências nas igrejas jubilares

Visitar uma igreja jubilar permite aos fiéis obter uma indulgência plenária, que é a remissão total das penas temporais devidas pelos pecados já confessados e perdoados. Para obter a indulgência, além da visita à igreja, os fiéis devem:

  • Confessar-se sacramentalmente.
  • Receber a Eucaristia.
  • Rezar pelas intenções do Papa.
  • Cumprir um ato de caridade ou penitência, como a oração ou obras de misericórdia.

Essa prática demonstra a interligação entre a peregrinação física e a conversão espiritual.

Conclusão

As igrejas jubilares são mais do que simples templos, são símbolos de renovação espiritual e lugares de encontro com a misericórdia divina. Elas recordam-nos da importância da penitência, da reconciliação e da peregrinação como caminhos para fortalecer a nossa fé e procura da santidade. Durante o Jubileu de 2025, essas igrejas continuarão a oferecer aos fiéis a oportunidade de vivenciar a graça e a indulgência, transformando a jornada espiritual num encontro profundo com o amor de Deus.

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