As quatro características da Igreja Católica

Todos os domingos, durante a recitação do Credo niceno-constantinopolitano, proclamamos em uníssono: «Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica».

Estas quatro palavras — una, santa, católica e apostólica — não são meras descrições simbólicas, mas verdades profundas que exprimem a identidade, a missão e a essência da Igreja fundada por Jesus Cristo.

Estas quatro características estão intimamente ligadas entre si e diferenciam a verdadeira Igreja de Cristo de outras comunidades cristãs surgidas ao longo da história. Vamos explorar cada uma delas com mais profundidade.

História

Esta composição foi defendida por diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos do cristianismo. Uma referência é encontrada nas epístolas de Santo Inácio de Antioquia, Bispo de Antioquia, por Eusébio de Cesareia, Santo Atanásio etc. O Primeiro Concílio de Niceia realizado em 325, que desenvolveu o Credo Niceno, cita a catolicidade da Igreja. Estas características foram dogmatizadas pelo Credo niceno-constantinopolitano, em 381: “Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica“.

As 4 características

Una
A Igreja é una porque tem um único Senhor, uma única fé e um único Baptismo (cf. Ef 4, 5). Esta unidade tem a sua origem na própria Santíssima Trindade — um só Deus em três Pessoas — e reflete-se na comunhão dos fiéis, na profissão da mesma fé e na celebração comum dos sacramentos.

“A unidade da Igreja não é uniformidade, mas comunhão na diversidade”.

Apesar da sua diversidade de ritos, culturas, línguas e expressões espirituais, a Igreja mantém-se unida sob a liderança do Papa, sucessor de São Pedro, e dos bispos em comunhão com ele. Essa unidade é, ao mesmo tempo, um dom e uma tarefa: um dom de Deus e uma missão a preservar com humildade, caridade e verdade.

Santa
A Igreja, apesar dos fracassos e das faltas de cada um dos fiéis que ainda peregrinam na Terra, é em si santa porque Santo é o seu fundador e santas são as suas metas e objetivos. Da mesma forma, é santa através dos seus fiéis, pois realizam uma ação santificadora.

A Igreja Católica é aquela que contém a plenitude total dos meios de salvação, e é onde a santidade é alcançada pela graça de Deus. É santa porque os seus membros são chamados a ser santos. Significa a procura constante da Igreja pelo aperfeiçoamento e amadurecimento espiritual, porém não implica que os membros da Igreja sejam livres do pecado.

Católica
A palavra “católica” significa “universal“, significando a universalidade da Igreja de Cristo e a característica mais importante da Nova Aliança. Refere-se ao fato da Igreja como Corpo de Cristo não se limita a um tempo, lugar, raça ou cultura, como ocorria com os judeus, único povo escolhido, na Antiga Aliança.

«Então Jesus veio para eles e disse: “Toda a autoridade no céu e na terra foi dada a mim. Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer tudo o que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.» (Mateus 28:18–20). A frase “todas as nações” implica universalidade, fazendo com que a Igreja de Cristo na Terra seja aberta a todas as pessoas, de ambos os sexos, de todas as nacionalidades.

Apostólica
Esta característica descreve a origem da Igreja, acredita que o termo apostólica refere-se ao sacerdócio da Nova Aliança, a renovação do sacerdócio levítico da Antiga Aliança, cuja missão é proteger o rebanho de Cristo dos “lobos” que o ameaçam (Atos 20:29), e para que pudessem cumprir esta responsabilidade,

Ele concedeu conjuntamente aos Apóstolos, reunidos como um Colégio, e ao seu sucessor, o Colégio Episcopal, a prerrogativa de “ligar e desligar a Terra ao Céu” (Mateus 18:18). A Igreja foi fundada por Cristo sobre o fundamento de Pedro, cabeça dos apóstolos, e constituindo todo o Colégio Apostólico em autoridade e poder. Pedro e os outros apóstolos têm como sucessores o papa e os bispos, que exercem a mesma autoridade.

Conclusão

As quatro notas — una, santa, católica e apostólicanão são apenas ideais, mas realidades vividas na Igreja Católica, apesar das suas limitações humanas. Elas ajudam-nos a discernir a verdadeira Igreja de Cristo no meio das divisões e das confusões religiosas dos tempos modernos.

Reconhecer estas marcas é também um convite à responsabilidade: ser membros activos de uma Igreja una na comunhão, santa na conduta, católica na missão e apostólica na fidelidade.

“Esta é a única Igreja de Cristo que no Credo professamos como una, santa, católica e apostólica”
(Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 8)

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