Doutores da Igreja, quem são e os requisitos para receber este título

Doutores da Igreja é um título honorífico concedido pela Igreja Católica a certos santos cujos ensinamentos e escritos são considerados de especial importância para a teologia e a doutrina da Igreja. Estes santos, através das suas vidas exemplares e profundos conhecimentos teológicos, contribuíram significativamente para o desenvolvimento da fé cristã e a orientação dos fiéis.

São Pedro Canísio, o apóstolo da Alemanha

São Pedro Canísio (1521–1597), presbítero jesuíta e doutor da Igreja, foi um dos grandes pilares da Reforma Católica, desempenhando um papel crucial no fortalecimento da fé na Europa Central durante o século XVI. A sua vida foi marcada pela dedicação à educação, à pregação e à difusão da doutrina católica em tempos de grande conflito religioso.

São João Crisóstomo: O Doutor da Igreja e Mestre da Oratória

A Igreja comemora hoje a memória de São João Crisóstomo (347-407 d.C.), um dos maiores teólogos e oradores da Igreja Cristã, aclamado pela eloquência e profunda espiritualidade. Nascido em Antioquia, na atual Turquia, João recebeu uma sólida educação retórica, que moldaria o seu futuro papel como pregador. Inicialmente vivendo como monge eremita, aprofundou-se na oração e no estudo das Escrituras. Depois de seis anos de vida monástica, foi ordenado diácono e, posteriormente, sacerdote.

Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja

Santa Catarina de Siena foi uma figura proeminente na história da Igreja Católica, reconhecida pela sua profunda espiritualidade, trabalho de caridade e influência política. Catarina de Siena é uma das figuras mais destacadas do catolicismo medieval, pela forte influência que teve na história do papado. Ela está por trás do regresso do papa de Avignon a Roma e, em seguida, realizou inúmeras missões confiadas pelo papa, algo bastante raro para uma simples freira na Idade Média.

Santo Anselmo, o doutor magnífico da Igreja

Santo Anselmo de Cantuária (1033-1109) foi um dos maiores teólogos e filósofos da Idade Média, sendo considerado o pai da Escolástica. A sua obra teve um impacto profundo na teologia cristã, sobretudo pelo seu argumento ontológico sobre a existência de Deus e pela defesa do primado da fé sobre a razão. Além disso, destacou-se como arcebispo de Cantuária, enfrentando duros conflitos com o poder político em defesa da liberdade da Igreja. Foi canonizado em 1494 e declarado Doutor da Igreja pelo Papa Clemente XI em 1720. A sua festa litúrgica celebra-se a 21 de abril.