São João de Brito, missionário e mártir

São João de Brito nasceu em 1647 em Lisboa, Portugal. Foi um missionário jesuíta notável que dedicou a sua vida ao serviço religioso na Índia. A sua festa é celebrada no dia 4 de Fevereiro.

Nascimento e Educação

São João de Brito nasceu numa família nobre em Lisboa, Portugal. Desde jovem, mostrou inclinações para a vida religiosa. Ingressou na Companhia de Jesus em 1662, aos 15 anos, iniciando a sua jornada educacional e espiritual. Após completar a sua formação jesuíta, João de Brito foi enviado como missionário para a Índia em 1673. A sua missão era difundir o Cristianismo, especialmente entre as comunidades hindus e em áreas onde a presença cristã era limitada.

Trabalho Missionário na Índia

São João de Brito dedicou-se incansavelmente ao trabalho missionário em Tamil Nadu, uma região no sul da Índia. Ele aprendeu a língua e a cultura locais, estabelecendo uma ligação mais profunda com as pessoas. O seu método de evangelização incluía não apenas pregar a fé mas também adaptar práticas locais para comunicar melhor a mensagem cristã.

O trabalho missionário de São João de Brito enfrentou vários desafios, incluindo a resistência de algumas comunidades locais e conflitos culturais. Ele procurou uma abordagem de respeito pelas tradições locais, adaptando a sua missão para ser mais inclusiva e respeitadora das práticas hindus.

Martírio

Infelizmente, São João de Brito encontrou um fim trágico em 1693. As causas da morte de João de Brito devem-se ao facto de um príncipe da casa real do Maravá querer conhecer a religião cristã. Entretanto o príncipe adoeceu, e não estando a conseguir melhorar com os cuidados médicos da corte, resolveu invocar o Deus dos cristãos, que terá sido a origem da sua cura.

O príncipe, sensibilizado pela forma como ficou curado, pediu para ser baptizado pelo Padre João de Brito. No entanto, havia o problema de ser polígamo e, de acordo com a lei da Igreja cristã, tal não era permitido. Informado, o príncipe aceitou ficar apenas com uma mulher, a primeira. Porém, a sua mulher mais nova não gostou de ser relevada para segundo plano e foi queixar-se ao rei do Maravá, o seu tio, e aos sacerdotes. Estes, que não gostavam do Padre, pediram ao rei que chamasse o príncipe que, entretanto, tinha-se convertido à religião cristã. Ao saber disto, o rei ficou furioso, mandou destruir tudo o que fosse dos cristãos e enviou soldados para prender João de Brito.

A 8 de Janeiro de 1693, João de Brito é preso e espancado. Percorre um longo caminho a pé, sendo insultado pelo povo, até chegar à capital, sendo colocado numa prisão e alimentado com uma pequena refeição de leite por dia. O príncipe tentou interceder a favor de João de Brito, mas não o conseguiu. É levado para Oriur, onde a 4 de Fevereiro o rei manda executá-lo, por decapitação e, posteriormente, desmembrado. Depois de saberem da notícia da sua morte, os Padres dirigiram-se para o local da sua execução para recolher o que restava do seu corpo e demais objectos pessoais. Após a morte de João de Brito, o local onde foi executado passou a ser um lugar de peregrinação.

Canonização

O processo de canonização de São João de Brito é iniciado a 18 de Agosto de 1937. Depois de analisadas as curas que deram origem ao processo, a Santa Sé publica o decreto de aprovação dos milagres a 30 de Junho de 1941. A 22 de Junho de 1947, o Papa Pio XII preside à Eucaristia da canonização, atribuindo, assim, o estatuto de Santo ao Padre João de Brito.

A 14 de Maio de 1982, aquando da Eucaristia celebrada pelo Papa João Paulo II no Parque Eduardo VII, em Lisboa, aquele disse: “Como não lembrar o exemplo de São João de Brito, jovem lisboeta que, deixando a vida fácil da corte, partiu para a Índia, a anunciar o Evangelho da salvação aos mais pobres e desprotegidos, identificando-se com eles e selando a sua fidelidade a Cristo e aos irmãos com o testemunho do martírio?

A sua canonização reconheceu não apenas a sua devoção pessoal, mas também o seu compromisso em adaptar as práticas missionárias às culturas locais. Ele é venerado como um santo que procurou construir pontes entre as diferentes tradições religiosas, promovendo o diálogo intercultural.

Conclusão

São João de Brito, missionário jesuíta e mártir da Índia, deixou um legado duradouro de dedicação à fé e ao serviço aos outros. A sua vida é um exemplo de como a missão cristã pode ser realizada com respeito às tradições locais e através do diálogo intercultural. O seu martírio é lembrado não apenas como um ato de coragem individual, mas como um chamado para a construção de pontes de compreensão e respeito entre as diversas comunidades religiosas.

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