A festa litúrgica de Maria Madalena foi instituída em 3 de Junho de 2016 pelo Papa Francisco, durante o Jubileu da Misericórdia: “Esta decisão insere-se no contexto eclesial atual, que exige uma reflexão mais profunda sobre a dignidade da mulher, a nova Evangelização e a grandeza do mistério da Misericórdia divina”.
Maria Madalena é uma figura importante do Novo Testamento e uma das discípulas mais conhecidas de Jesus Cristo. É mencionada várias vezes nos evangelhos e é reconhecida como uma das primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus.
Segundo os evangelhos, Maria Madalena era natural da cidade de Magdala, localizada às margens do Mar da Galileia, na região da Galileia, atualmente em Israel. Ela é identificada como uma mulher que Jesus libertou de sete demónios, referindo-se à cura de algum tipo de aflição ou possessão espiritual.
Maria Madalena acompanhou Jesus durante a maior parte do seu ministério público. Esteve presente em muitos eventos importantes, como a crucificação de Jesus e a sua ressurreição. Também é mencionada como uma das mulheres que estavam junto ao túmulo de Jesus após a crucificação, quando descobriram que o seu corpo tinha desaparecido.
O momento mais significativo envolvendo Maria Madalena é o relato da sua visita ao túmulo de Jesus no dia seguinte à sua morte. De acordo com os evangelhos, encontrou o túmulo vazio e, ao voltar-se, viu Jesus ressuscitado, embora inicialmente não o tenha reconhecido. Jesus incumbiu-a de levar a notícia da ressurreição aos outros discípulos, tornando-a assim a “apóstola dos apóstolos”.
Ao longo da história cristã, a imagem e interpretação de Maria Madalena variaram. Durante a Idade Média, foi frequentemente associada a uma pecadora arrependida e vista como uma figura importante na devoção penitencial. Contudo, essa interpretação foi posteriormente contestada por estudiosos que argumentam que não existem evidências bíblicas que a identifiquem como a mesma mulher pecadora mencionada em outros episódios dos evangelhos.
Em tempos mais recentes, o papel de Maria Madalena na vida de Jesus tem sido reavaliado, enfatizando-se a sua importância como testemunha chave da ressurreição e a sua posição de destaque entre os discípulos de Jesus. É considerada uma figura exemplar de fé e devoção, cujo encontro com o Cristo ressuscitado é um símbolo poderoso da experiência da presença divina na vida humana.
A devoção a Maria Madalena é especialmente forte em algumas tradições cristãs, sendo celebrada como santa em muitas igrejas. A sua festa é comemorada a 22 de Julho em homenagem à sua memória e ao seu papel fundamental na história do cristianismo. É lembrada como um modelo de fé e perseverança, que continua a inspirar muitas pessoas na sua busca por uma conexão espiritual mais profunda com Deus.