Neste dia… em 1506 era fundada a Guarda Suíça

A Guarda Suíça é uma instituição única e venerável que tem desempenhado um papel distinto na história do Vaticano. Criada como uma unidade de elite para proteger o Papa e a Cidade do Vaticano, a Guarda Suíça tem uma história rica e fascinante que remonta ao século XVI.

Origens da Guarda Suíça

A Guarda Suíça foi fundada a 22 de janeiro de 1506 pelo Papa Júlio II. Naquela época, os conflitos armados eram comuns na Europa e o Vaticano estava constantemente em risco de invasões e ataques. O Papa Júlio II recrutou soldados suíços para formar uma guarda pessoal, reconhecendo a reputação destes como guerreiros habilidosos e leais.

Recrutamento e Treino

A tradição de recrutar suíços para a Guarda continua até os dias atuais. Do corpo da Guarda Suíça só podem fazer parte homens de robusta e rude constituição física, com um mínimo de 1,74 m de altura, católicos, com diploma profissional ou ensino médio concluído, com idade entre 18 e 30 anos, e não casados (só os cabos, sargentos e oficiais podem ser casados).[1] Devem também ter feito treino militar no exército suíço, não ter registo criminal e ser de reputação social absolutamente imaculada. Os novos membros passam por um rigoroso treino que inclui o aprendizagem de vários idiomas, habilidades de defesa pessoal e treino com armas tradicionais, como a alabarda, a lança utilizada pela guarda.

Uniforme Distinto

Uma das imagens mais icónicas da Guarda Suíça é o uniforme colorido e distintivo. Desenhado por Michelangelo no século XVI, o traje consiste em listas azuis, amarelas e vermelhas, com uma gola alta e um capacete de aço adornado com uma pena colorida. Esta vestimenta não apenas evoca a tradição, mas também serve como uma homenagem ao Renascimento, uma época em que a arte e a cultura floresceram na Itália.

Histórias Notáveis

A história da Guarda Suíça está repleta de momentos notáveis. Um episódio particularmente famoso ocorreu em 1527, durante o Saque de Roma. A Guarda Suíça, apesar de estar em desvantagem numérica, bravamente defendeu o Papa Clemente VII contra as forças do Imperador Carlos V. Em frente à Basílica de São Pedro e depois nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça lutou contra cerca de 1000 soldados alemães e espanhóis. Combateram ferozmente formando um círculo em volta do Papa Clemente VII com o objectivo de protegê-lo e levá-lo em segurança ao Castelo de Santo Ângelo. Faleceram 147 guardas dos 189 que compunham a Guarda Suíça na época, mas em contrapartida 900 dos 1000 mercenários do assalto caíram mortos pelas alabardas dos suíços. Esse evento fortaleceu a reputação da Guarda Suíça como defensores incansáveis do Papa.

Funções Atuais

Embora a Guarda Suíça tenha as suas raízes num contexto de ameaças militares diretas, as suas funções modernas vão para além da mera proteção física. Os guardas assinam um contrato de dois anos, são celibatários (exceto os oficiais, sargentos e cabos) e é-lhes formalmente interdito dormir fora do Vaticano. O seu alojamento é a caserna da guarda. A vida quotidiana é preenchida também com celebrações litúrgicas, dispondo de uma capela e capelão próprios. Hoje, a Guarda Suíça também desempenha papéis cerimoniais, participando de eventos importantes no Vaticano e mantendo viva a tradição.

A Guarda Suíça é muito mais do que uma unidade militar; é uma instituição carregada de história, tradição e lealdade. Desde as suas humildes origens até os dias atuais, a Guarda Suíça representa um símbolo duradouro da relação entre a Suíça e a Santa Sé. A sua coragem, dedicação e presença marcante continuam a ser admiradas em todo o mundo, fazendo da Guarda Suíça uma parte integral e cativante da rica história da Igreja Católica.

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