Critérios científicos de uma cura milagrosa

O reconhecimento de uma cura milagrosa pela Igreja Católica envolve um processo complexo e rigoroso que equilibra a fé e a ciência. A cura milagrosa é um dos sinais essenciais nos processos de beatificação e canonização, e precisa ser avaliada minuciosamente com base em critérios que comprovem que a recuperação de saúde não pode ser explicada por meios naturais ou pela medicina moderna. Entre os princípios utilizados para esta avaliação, destacam-se os 7 critérios de Lambertini, que estabeleceram as diretrizes para a avaliação de milagres na Igreja.

Os procedimentos da Igreja Católica para o reconhecimento de um milagre

A Igreja Católica tem um processo meticuloso e rigoroso para o reconhecimento oficial de milagres. Este procedimento é parte integrante da sua prática, especialmente no contexto de beatificações e canonizações, e envolve uma série de investigações científicas, médicas e teológicas. O processo é conduzido com extrema cautela, para assegurar que os eventos atribuídos a intervenções sobrenaturais não tenham uma explicação natural ou científica. Aqui, detalhamos os procedimentos adotados pela Igreja para reconhecer um milagre.

Alguns dos milagres que aconteceram ao longo da história da Igreja Católica

Os milagres ocupam um lugar central na história da Igreja Católica, funcionando como sinais da presença divina e evidências da intervenção direta de Deus no mundo. A Igreja reconhece diversos milagres ao longo dos séculos, ocorridos em várias partes do mundo, como manifestações do poder sobrenatural de Deus. Para além da lista de milagres que a ciência não consegue explicar, apresentamos abaixo alguns dos milagres que moldaram a fé católica, sendo fontes de grande devoção e veneração por parte dos fiéis.

Neste dia, em 1631, aconteceu o Milagre de São Januário que evitou uma tragédia

O Milagre de São Januário é um fenómeno que ocorre em Nápoles, Itália, e está associado à liquefação do sangue de São Januário, padroeiro da cidade. O milagre é reconhecido pela Igreja Católica e ocorre três vezes ao ano: no primeiro sábado de maio, a 19 de setembro (dia da festa do santo) e a 16 de dezembro. O primeiro registo deste fenómeno data de 1389. Este fenómeno tem sido documentado por séculos, atraindo a atenção de fiéis, cientistas e céticos.

O que são milagres e porque acontecem

Os milagres são eventos extraordinários e sobrenaturais que transcendem as leis naturais e são atribuídos diretamente à intervenção divina. Na tradição católica, os milagres desempenham um papel significativo, não apenas como manifestações do poder de Deus, mas também como sinais da Sua presença e ação no mundo. Este artigo oferece uma visão completa sobre o conceito de milagres de acordo com a Igreja Católica, abordando a sua natureza, classificação, exemplos bíblicos e históricos e o papel que desempenham na vida da Igreja.

Neste dia, em 1687, a pintura Senhor dos Milagres no Perú resistia a novo terramoto

A devoção ao Senhor dos Milagres, também chamado Cristo de Pachacamilla, nasceu no coração do Peru no século XVII e é hoje um dos maiores símbolos de fé da Igreja Católica na América Latina. A imagem de Cristo Crucificado, pintada humildemente numa parede de adobe, sobreviveu a terramotos e maremotos, tornando-se sinal da proteção divina e esperança para milhões de fiéis.

Neste dia, em 1641, o Arcebispo de Saragoça reconhecia como autêntico o Milagre de Calanda

Entre os milagres mais impressionantes reconhecidos pela Igreja Católica encontra-se o chamado Milagre de Calanda, ocorrido em Espanha no século XVII, e que ainda hoje é considerado um dos maiores sinais da intercessão de Nossa Senhora do Pilar. Trata-se da restituição milagrosa de uma perna amputada a um jovem camponês chamado Miguel Juan Pellicer, facto comprovado por testemunhas, autoridades civis e eclesiásticas, e que deixou marcas profundas na devoção mariana.

Neste dia, em 1949, ocorria o milagre de arroz de Olivença

Há gestos simples que se tornam extraordinários quando Deus assume o controle. É o caso do milagre do arroz de Olivença, assinalado em 23 de janeiro de 1949 nesta localidade da Extremadura espanhola. Qual foi o sinal? Uma multiplicação inesperada de arroz que curiosamente ecoa a multiplicação dos pães e peixes no Evangelho, e é um dos raros casos reconhecidos oficialmente pela Igreja.