A ONG Portas Abertas acaba de lançar a edição 2025 da Lista Mundial da Perseguição (LMP), e os dados da pesquisa garantem que a perseguição aos cristãos aumentou em 39 dos 50 países da Lista Mundial da Perseguição, atingindo mais de 380 milhões de cristãos no mundo. Isso quer dizer que um em cada sete cristãos é hostilizado por seguir Cristo. A pesquisa realizada entre 1 de outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024 revelou também que a perseguição aos cristãos cresceu mais entre os países da Ásia Central e África Subsaariana.
O país mais perigoso do mundo
O aumento da violência contra os cristãos contribuiu para que Coreia do Norte continuasse pela 23ª vez na primeira posição da lista. Cristãos foram descobertos, detidos e enviados para campos de trabalho forçado, onde vivem em condições precárias. Qualquer influência externa continua a ser punida rigidamente pelo governo norte-coreano. O país esteve sempre presente no ranking e foi classificado como a nação mais perigosa para os cristãos viverem entre 2002 e 2025, apenas superada pelo Afeganistão em 2022, devido à tomada dos Talibã.
Perseguição extrema
Mianmar saiu da 17ª posição na LMP 2024 para a 13ª posição na LMP 2025 e está entre os países onde a perseguição é extrema. A guerra civil no país chegou ao quarto ano e foi um pretexto para destruição de igrejas, casas e comunidades inteiras de cristãos. O Iémen passou do 5º lugar para o 3º, devido ao aumento da violência contra os cristãos. Os dados foram consequência do aumento do poder houthi – movimento político religioso islâmico – e de maior radicalização dos muçulmanos.
O número de cristão mortos por causa da fé diminuiu. Entre outubro de 2022 e setembro de 2023 foram registados 4.998 casos. Entre outubro de 2023 e setembro de 2024, são 4.476 registos. Mesmo com a queda no número de mortes, a Nigéria segue responsável pela maioria das mortes de cristãos, com 3.100 casos, o que corresponde a 69% do total. Este país também encabeça a lista de ataques a casas e empresas cristãs, bem como de deslocações forçadas. Com efeito, 16 milhões de cristãos foram forçados a fugir das suas casas, uma ligeira diminuição em relação aos 16,2 milhões do ano anterior.
A quantidade de cristãos presos, condenados ou detidos sem julgamento cresceu 15% na LMP 2025. O número de detenções sem julgamento aumentou de 3.329 para 3.604 e o de condenações subiu de 796 para 1.140.
Na América Latina, três países destacaram-se pela violência em reprimir manifestações cristãs: o governo de Cuba de Miguel Diáz-Canel, do México, que recentemente mudou de presidente, e da Nicarágua de Daniel Ortega, o qual tem detido e expulsado sacerdotes e religiosos católicos.
Os países onde a perseguição é extrema continuam os mesmos, mas com variações nas posições. São eles: Coreia do Norte (1º), Somália (2º), Iémen (3º), Líbia (4º), Sudão (5º), Eritreia (6º), Nigéria (7º), Paquistão (8º), Irão (9º), Afeganistão (10º), Índia (11º), Arábia Saudita (12º) e Mianmar (13º).
A Lista Mundial da Perseguição
Organizada pela missão Portas Abertas, a LMP é o ranking dos países onde os cristãos são mais perseguidos. Ela foi criada com o objetivo de monitorizar e medir a hostilidade enfrentada pelos seguidores de Jesus em todo o mundo. Na LMP, estão os 50 países com as pontuações mais altas.
A primeira Lista Mundial da Perseguição foi publicada em 1993, sendo divulgada anualmente. Com o passar dos anos, a metodologia da pesquisa foi aprimorada, com ajustes no questionário da LMP e nos passos de monitorização.
O primeiro país a ocupar a primeira posição como a nação mais hostil aos seguidores de Jesus foi a Arábia Saudita, na Lista Mundial da Perseguição 1993. O país ficou sete vezes no topo da lista. Em 1993, o Afeganistão estava em 2º lugar e nunca saiu da LMP desde essa primeira edição. Em duas edições da LMP, a Somália também ocupou a primeira posição.