Papa Francisco morre aos 88 anos

O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, às 7h35 (hora local), na sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano. A notícia foi anunciada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Igreja Católica, que destacou a dedicação do pontífice ao serviço de Deus e da Igreja, especialmente pelos mais pobres e marginalizados:

Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão pelo seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino“.

Ontem, 20 de abril, o Papa fez a sua última aparição pública, concedendo a bênção ‘Urbi et Orbi’ da varanda da Basílica de São Pedro, apesar de visíveis dificuldades físicas e sem o auxílio de oxigênio, que havia utilizado durante uma recente hospitalização devido a uma pneumonia bilateral.

A Praça de São Pedro tornou-se o centro das homenagens e orações dos fiéis, que se reúnem para prestar as últimas homenagens ao Papa Francisco. Líderes mundiais e religiosos expressaram as suas condolências e reconhecimento pelo legado do pontífice .​

O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, em 1936, foi o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta da história. Eleito em 2013, o seu papado foi marcado por uma abordagem pastoral centrada na misericórdia, justiça social e diálogo inter-religioso. Enfrentou desafios como a reforma da Cúria Romana e a abordagem de questões contemporâneas, incluindo mudanças climáticas e desigualdades sociais.

Com a morte do Papa, inicia-se o processo para a eleição do sucessor. O camerlengo assumirá temporariamente a administração da Igreja e convocará o conclave, uma reunião de cardeais que elegerá o novo pontífice.

Em abril de 2024, o Papa Francisco aprovou uma nova edição do “Ordo exsequiarum Romani Pontificis”, o manual com as regras que devem ser seguidas nas cerimónias fúnebres dos pontífices. “O Papa Francisco pediu, como ele próprio declarou em várias ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos para que a celebração das exéquias do bispo de Roma exprimisse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado”, explicou então o arcebispo Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas.

Entre as novidades introduzidas estão a constatação da morte na capela e não no quarto do defunto, a sua deposição imediata dentro do caixão, a exposição à veneração dos fiéis do corpo do Papa já dentro do caixão aberto e a eliminação dos tradicionais três caixões – de cipreste, chumbo e carvalho -, passa a haver apenas uma urna de madeira com interior em zinco, explica uma nota divulgada pelo Vaticano. Além disso, o báculo papal não será colocado junto ao caixão.

As exéquias são ser celebradas durante nove dias consecutivos e a sepultura deve ter lugar, “salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”.

Numa entrevista publicada após a morte do seu antecessor, Francisco disse querer um funeral “simples”, à imagem do que foi celebrado em janeiro de 2023, para Bento XVI, e que já escolheu o lugar onde vai ser sepultado – Santa Maria Maior, uma das quatro maiores basílicas de Roma.

As celebrações mantêm as três etapas clássicas: a residência do Papa falecido, a Basílica de São Pedro e o local da sepultura. Um quarto e último capítulo do livro litúrgico é dedicado às disposições sobre os ‘novendiales’, as Missas em sufrágio do Papa defunto celebradas durante nove dias consecutivos a partir da Eucaristia fúnebre.

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