A 8 de maio de 2025, o Cardeal Robert Francis Prevost foi eleito o 267.º Papa da Igreja Católica, tomando o nome de Papa Leão XIV. A eleição marcou vários «primeiros» na história papal e aponta para um pontificado com claras ênfases missionárias, de justiça social e universalidade.
A seguir, o artigo apresenta o contexto, os detalhes da eleição, o perfil do novo Papa, e quais as consequências e expectativas para a Igreja.
Contexto da eleição
O pontificado do Papa Francisco terminou com a sua morte em 21 de abril de 2025, abrindo o caminho para um novo conclave.
O conclave realizou-se de 7 a 8 de maio de 2025 na Capela Sistina, com 133 cardeais eleitores (o número mais elevado até à data) e durou quatro escrutínios.
A escolha de Leão XIV surge num momento em que a Igreja enfrenta desafios globais: crise de fé em muitos países, relações entre Norte e Sul, migrações, e tensões geopolíticas que afetam a missão da Igreja.
Quem é Papa Leão XIV?
Nascido em Chicago, EUA, em 1955, Robert Francis Prevost tornou-se cidadão peruano em 2015, tendo grande experiência como missionário no Peru.
É membro da Ordem dos Agostinianos (Ordem de Santo Agostinho), e antes da eleição era Prefeito do Dicastério dos Bispos, um dos cargos mais influentes da Cúria Romana.
Ao escolher o nome “Leão”, homenageia o legado do Papa Leão XIII (que escreveu Rerum Novarum) e sinaliza uma continuidade no empenho social da Igreja.
A eleição em si
No quarto escrutínio do conclave, e após o aparecimento de fumaça branca da chaminé da Capela Sistina, foi anunciado: «Habemus Papam».
Da loggia da Basílica de São Pedro, Papa Leão XIV dirigiu-se à multidão, manifestando de imediato o tom do seu pontificado: paz, universalidade, humildade.
Significados e “primeiros” da eleição
É o primeiro Papa nascido nos Estados Unidos e o segundo Papa proveniente das Américas (depois de Francisco, da Argentina).
O facto de ser missionário, ter servido em países de missão e ter experiência com o Sul global representa uma abertura ainda maior da Igreja à universalidade real e à periferia.
O nome e o estilo sugerem um equilíbrio entre tradição e abertura: respeito ao legado, mas também adaptação às exigências missionárias contemporâneas.
Expectativas para o pontificado
- Avanço no caminho sinodal da Igreja: visto que a Secretaria Geral do Sínodo enviou carta de boas-vindas e domínio à nova liderança.
- Continuidade no compromisso com a justiça social, com os pobres e marginalizados, inspirado no Papa Leão XIII e no Papa Francisco.
- Ênfase em evangelização, diálogo inter-religioso, ecumenismo — sobretudo com as Igrejas Orientais e o mundo em rápido processo de mudança.
- Possibilidade de novos gestos diplomáticos e pastorais nos desafios globais: migrações, alterações climáticas, tensões geopolíticas (por exemplo, já se assinala um gesto em relação à China).
Desafios imediatos
- Unidade da Igreja em face de polarizações internas (temas litúrgicos, moral, papel dos leigos).
- Evitar que a escolha de um Papa norte-americano seja vista como sobreposição política — salientar a universalidade da Igreja.
- Manter uma presença missionária e humilde, sem cair numa “igreja de elites” ou isolada das periferias.
- Gerir as crises contemporâneas com sabedoria: financeira, moral, ecológica.
Conclusão
A eleição de Papa Leão XIV representa um novo capítulo para a Igreja Católica. Um capítulo que conjuga tradição com missão, universalidade com periferia e humildade com liderança.
Como sucessor de São Pedro, ele recebe a missão de «pastor de todas as ovelhas», num mundo que clama por sentido, paz e justiça.
Quando disse “Peace be with you all!”, não foi apenas saudação: foi promessa de serviço, desafio de comunhão e convite à esperança.
Que este pontificado seja guiado pelo Espírito Santo, para que a Igreja caminhe “com os pobres, para os pobres”, e seja sinal visível no mundo de que Cristo vive e convoca todos à conversão e ao amor.
“Que a paz de Cristo habite nos vossos corações e se torne a energia da vossa missão.”
— Papa Leão XIV