As 7 virtudes que todo o católico deve ter

A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não apenas praticar bons actos, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende para o bem, procura-o e escolhe-o através de acções concretas. Elas podem ser humanas ou teologais: as virtudes humanas são adquiridas através da aprendizagem e da prática, enquanto que as virtudes teologias são resultado da presença do Espírito Santo em nós, agindo sobre as nossas faculdades e suprindo as nossas fragilidades.

Virtudes Humanas

As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais do entendimento e da vontade que regulam as nossas acções, ordenam as nossas paixões e orientam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Eles proporcionam facilidade, domínio e alegria em levar uma vida moralmente boa. O homem virtuoso é aquele que pratica o bem livremente. Entre estas há a destacar virtudes cardeais.

As Virtudes Cardeais

Quatro virtudes desempenham um papel fundamental. É por isso que são chamadas de “cardeais”, todas as outras estão agrupadas em torno destas. São elas a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança. Sob outros nomes, estas virtudes são elogiadas em numerosas passagens das Escrituras.

Prudência
A prudência é a virtude que dispõe a razão prática a discernir o nosso verdadeiro bem em todas as circunstâncias e a escolher os meios adequados para o conseguir. Não confundir com timidez ou medo, nem com duplicidade ou dissimulação. É a prudência que orienta diretamente o julgamento da consciência. O homem prudente decide e ordena a sua conduta de acordo com este julgamento. Graças a esta virtude aplicamos sem erros os princípios morais aos casos particulares e superamos as dúvidas sobre o bem que devemos fazer e o mal que devemos evitar.

Justiça
A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com Deus é chamada de “a virtude da religião”. Para os homens, a justiça exige respeitar os direitos de cada pessoa e estabelecer nas relações humanas a harmonia que promove a equidade no respeito às pessoas e ao bem comum. O justo, frequentemente evocado nas Sagradas Escrituras, distingue-se pela habitual retidão dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo.

Fortaleza
A fortaleza é a virtude moral que garante a firmeza e a perseverança na procura do bem nas dificuldades. Reafirma a determinação de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza torna-nos capazes de superar o medo, até mesmo da morte, e de enfrentar provações e perseguições. Permite chegar ao ponto da renúncia e do sacrifício da própria vida para defender uma causa justa.

Temperança
A temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Garante o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade. A pessoa moderada orienta os seus apetites sensíveis para o bem, mantém a sã discrição e não se deixa levar “para seguir a paixão do seu coração”. Ela é o “freio da alma”, que nos faz usar com moderação os bens temporais: comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. A temperança ensina-nos que para o uso de cada bem há um tempo certo, contexto próprio e quantidade adequada.

As Virtudes Teológicas

As virtudes humanas estão enraizadas nas virtudes teologais que adaptam as faculdades do homem à participação da natureza divina. As virtudes teológicas referem-se diretamente a Deus. Dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade. Eles têm como origem, motivo e objeto o Deus Uno e Triúno. As virtudes teológicas fundamentam, encorajam e caracterizam as ações morais do cristão. Eles informam e vivificam todas as virtudes morais. Elas são infundidas por Deus nas almas dos fiéis para torná-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São a garantia da presença e da acção do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. São três as virtudes teologais: fé, esperança e caridade.


A fé é a virtude teologal pela qual acreditamos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe, porque Ele é a própria verdade. Pela fé o homem entrega-se inteiramente e gratuitamente a Deus. É por isso que o crente esforça-se para conhecer e fazer a vontade de Deus. O dom da fé permanece naquele que não pecou contra ela. Mas a fé sem obras é morta, privada de esperança e de caridade, a fé não une plenamente os fiéis a Cristo nem os torna membros vivos do seu Corpo. O discípulo de Cristo deve não só conservar a fé e viver dela, mas também professá-la, testificá-la com firmeza e divulgá-la.

Esperança
A esperança é a virtude teologal pela qual aspiramos ao Reino dos céus e à vida eterna como nossa felicidade, depositando a nossa confiança nas promessas de Cristo e confiando não nas nossas forças, mas na ajuda da graça do Espírito Santo. Corresponde ao desejo de felicidade colocado por Deus no coração de cada homem. Ele os purifica para ordená-los ao Reino dos céus, protege do desânimo, sustenta em cada fraqueza, expande o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança protege contra o egoísmo e conduz à alegria da caridade. Maria é um exemplo perfeito de esperança teologal contra toda esperança meramente humana, pois ela manteve a plena e firme certeza de que, apesar dos sofrimentos, dos silêncios, da cruz e da morte, Deus jamais falharia. Ela esperou em Deus e não se viu defraudada.

Caridade (ou Amor)
A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por amor a Ele, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. Jesus faz da caridade o novo mandamento. Amando os seus “até ao fim”, ele manifesta o amor que recebeu do Pai. A caridade é superior a todas as virtudes. É a primeira das virtudes teologais: “Agora subsistem a fé, a esperança e a caridade, estas três. Mas o maior de todas é a caridade ” (1 Cor 13,13). O apóstolo São Paulo oferece uma descrição incomparável da caridade: «A caridade é paciente, é prestativa; A caridade não é invejosa, não é orgulhosa, não é vaidosa; É decoroso; não busca o seu interesse; não fica irritado; não leva em conta o mal; não se alegra com a injustiça; se alegra com a verdade. Isso desculpa tudo. Acredite em tudo. Tudo espera. Ele suporta tudo” ( 1 Cor 13, 4-7).

A prática de uma vida moral animada pela caridade confere ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. Este não se apresenta diante de Deus como um escravo, num temor servil, nem como um mercenário em busca de salário, mas como um filho que responde ao amor “daquele que nos amou primeiro”. A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericórdia. Exige a prática do bem e da correção fraterna; É benevolência; incentiva a reciprocidade; Ela é sempre altruísta e generosa; É amizade e comunhão.

Conclusão

Jesus fez da caridade o novo mandamento: “Este é o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Virtudes, qualidades e sentimentos dão colorido, força e vida, facilitam o relacionamento entre os humanos e os aproximam da perfeição plena, que é Deus. “Sede perfeito como o vosso Pai do Céu é perfeito!” (Mt 5,48). Isto significa que temos que mudar no nosso caminho para Deus. Com as nossas forças humanas só o conseguimos às prestações. Deus apoia as virtudes humanas com a Sua graça e também nos concede, para além disso, as chamadas virtudes teologais, com cuja ajuda atingimos a Luz e a proximidade de Deus.

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